domingo, 2 de julho de 2006

Um Olhar Retrospectivo

Não é difícil reconhecer momentos únicos em nossas vidas. Certamente muitos deles passam em vão, ao menos ao momento em que os vivemos, mas se pararmos e revisarmos nosso passado entenderemos quem somos e onde que sofremos guinadas essenciais para nossa formação.

O passado é usado em inúmeros aspectos e por inúmeros motivos. Seja na história mundial, nacional ou em uma agenda que você usou para ver o que realizou na quinta-feira passada. Nossas ações seguem um caminho e por mais que seja difícil acreditar somos previsíveis. Podemos tentar inovar ao máximo, mas é certo que em algum momento, independente do conteúdo original da criação, o ato de constante inovar será compreendido como algo previsível. O que confirma essa previsibilidade é o passado. Não é possível deduzir se uma pessoa repete atos ou não ao passo que não sabemos o que ocorreu anteriormente. Portanto é da mesma forma que não temos como entender a lógica do trajeto de alguém se não o estudarmos por experiências passadas. Prever o futuro de maneira exata acaba sendo um ato sobrenatural, mas pela razão e lógica do estudo da história é possível determinar alguma previsibilidade no que está para ocorrer.

O intuito principal desses parágrafos é mostrar o quão o passado é importante. Basta apenas pensar em um momento saudosista. O simples fato de você não estar indiferente significa que de alguma forma o seu passado pesa para você. Às vezes um pesar tão grande que não conseguimos nos desprender. Logo há aqueles que dizem que somos peças apenas de um jogo chamado “destino” e eu, no entanto, me posiciono de maneira contrária. A diversidade de pessoas e trajetos que existem atualmente não deve ser ignorada e acredito que sejam mais que o suficiente para revelar que somos capazes de tomar decisões (mesmo que as opções sejam escassas). Nossas experiências passadas são capazes de nos indicar o percurso a ser seguido como também nossa mente tem a capacidade de aceitar esse percurso ou não.

Apesar de opinar não acredito que tenha solucionado essa questão e sinceramente tenho minhas dúvidas se de fato há. Pretendo apenas expor uma visão retrospectiva e mostrar que coloco grande importância no que já passou. Seja para repetir experiências passadas ou não. O reconhecimento do passado e a vivência dele são métodos usados na vida cotidiana e na própria arte (afinal a “arte imita a vida”). As mais variadas (his e es)tórias narram a formação de personagens ao longo do tempo, sejam eles guerreiros, reis ou até mesmo países. Não é essa a essência do passado? Não é esse o cerne da vida?

9 comentários:

Anônimo disse...

vc é kantiano? rss... Fiz uma matéria esse período que vc ia adorar! (filosofia da história) No mais... adorei o texto! bjk e boas férias!

Anônimo disse...

Gostaria de dizer que o texto está muito bem escrito, atrae o leitor pelo assunto e pela forma, surpreende,emociona e promove uma reflexão sobre o passado.Além disso, achei interessante a frase:"o simples fato de você não estar indiferente significa que de alguma forma o seu passado pesa para você".

Arthur Protasio disse...

Priscilla! Perdi seu email! Me manda algum email ou alguma mensagem preu poder arrumar novamente! Fiquei muito agradecido com seu comentário aqui e queria etender melhor a minha relação com Kant! =D
bjs

Sr.Pace não pense que estás de fora, você já é crítico de carteirinha.

Anônimo disse...

será q o passado só deixa de pesar quando se torna indiferente? depende da semântica. este "pesar" é um fardo muito difícil de ser carregado? Ou é "pesar" no sentido quantitativo, de levar em conta? Se este último for, acredito então que ninguém nunca deveria deixar de pesar o passado. levá-lo à indiferença seria hipocrisia.

Arthuuuuú!!! Da próxima vez que eu te chamar na escada... suba e me dê um abraço, pois estou com saudades, ora pois!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ah, e por favor... não seja Kantiniano! Irrrrrrrrrca!!!!!

Anônimo disse...

kantiniano, kantiano, kantesto ou kantisita... qq um desses, não seja amigo de Kant!

Anônimo disse...

Hummm...fazia algum tempo que não entrava no teu blog. Esse semestre da faculdade me exauriu. Entretanto, analisei o teu texto e, concordo piamente, com a eovcação de Kant em sua obra.

Contudo, adentrando no mérito da questão, verifica-se um pequeno paradoxo em seu texto. Atrevo-me, por óbvio, a colocá-la aqui:

Quando você afasta o destino de sua idéia, você acaba por alinhar-se com o princípio do determinismo.
Todavia, determinismo e livre-arbítrio estão afastados um do outro (teóricamente). Assim, analisar o passado, mesmo que de forma saudosista, é estar traçando uma nova ação e reação.

Eu acredito que o passado é apenas um efeito placebo e consciência eufemista.

No mais, parabenizo-o pelo excelente nível textual.

Abraços, Aghatus.

Anônimo disse...

A relação que fiz de você com Kant foi, na verdade, uma brincadeira, visto que vocês divergem em vários pontos. O que me chamou a atenção, contudo, foi a evocação de ambos a um ponto de vista metafísico necessário para a compreensão das ações humanas. E, além disso, ambos defendem a existência de um fio condutor que só é percebido dessa perspectiva. O que pode ser percebido, por exemplo, quando você diz: “Seja na história mundial (...) Nossas ações seguem um caminho”. Kant, na sua filosofia da história, está falando de uma História Universal (ou Mundial, se preferir). Outro ponto em comum é a crença em um progresso, também só percebido metafisicamente: “onde que sofremos guinadas essenciais para nossa formação”. Ambos valorizam o passado. Por isso, para mim, seu texto cheira a Kant. Divergem, por exemplo, pois, para Kant, isso só é percebido do ponto de vista da espécie e você defende que pode ser notado, também, no ser humano. Você e Kant são metafísicos crêem na existência de uma essência, blá, blá, blá. Depois dessa todos devem estar pensando que sou a nerd chata (“a”... não dá para fugir de uma linguagem metafísica, né?). Devo ser mesmo. Mas kantiana não!

Anônimo disse...

Gostei do comentário do anônimo Aghatus. Ele entende msm de paradoxos he he... Só não concordo mt, pois não acredito, se entendi corretamente, que ele caia necessariamente em um paradoxo. Quando ele coloca que “Podemos tentar inovar ao máximo, mas é certo que em algum momento, independente do conteúdo original da criação, o ato de constante inovar será compreendido como algo previsível” parece que está defendendo um determinismo, no entanto, se afasta dessa concepção ao afirmar que “A diversidade de pessoas e trajetos que existem atualmente não deve ser ignorada e acredito que sejam mais que o suficiente para revelar que somos capazes de tomar decisões (mesmo que as opções sejam escassas)”, apesar de eu achar que isso não é uma boa defesa, pois diz que há uma liberdade limitada por uma escassez de opções. E se é limitada, não parece soar como liberdade. O que para mim ele deve querer dizer é que ser aquela pessoa é agir dessa e não daquela forma. Isso não significa que essa pessoa é determinada pelo o que é, mas que ela determina o que é pelas suas escolhas. Tem um filósofo que fala sobre isso. Acho que é Leibniz, mas não tenho certeza. Espero que tenha conseguido deixar claro o queria dizer. Mas achei mt boa msm a colocação da questão. Acho ela mt interessante.