terça-feira, 16 de maio de 2006

Conflito...

Não há forma melhor de iniciar introdução desse "blog" a não ser me posicionar contra o espaço vazio, portanto...

Litígio, duelo, confronto, colisão ou conflito; como preferir, não faz tanta diferença assim. Apesar de não necessariamente serem sinônimos diretos, essas palavras estão ligadas a uma mesma relação semântica de "adversidade". Entendo como uma lei fundamental para o embasamento dos conflitos a terceira lei de Newton, afinal realmente nada mais lógico que uma ação inicial e uma reação, ou seja, a essência de um conflito.


Nossos dias são repletos de conflitos, em todos os sentidos possíveis e imagináveis. Seja contra sua própria essência psicológica ou contra os segundos que marcam cada um dos seus passos, sejam eles sincronizados ou não. Desde o momento em que você levanta da cama e pensa "Que sono, queria dormir mais. Que horas são?" até quando você fica na dúvida se come pão com requeijão ou ovo no café da manhã. O seu compromisso diário com o trabalho ou estudo te obriga a levantar da cama antes da hora que você deseja, criando um conflito complexo entre seu sono e a sua "obrigação para com a sociedade (e o capitalismo)" ou não, você pode ser importunado pelo simples conflito entre ter que decidir o que é melhor: sentir o gosto do requeijão ou de um ovo frito? Ou os dois?

Essa redução a escolhas como soluções para conflitos me soa um tanto limitada e acabam criando uma noção de "pseudo-liberdade". Hoje esse texto vai abordar estritamente a face negativa desse falso poder de escolha e vai partir diretamente para o ponto a que muitos já chegaram: "Não quero mais obrigações, escolhas e conflitos. Quero apenas descansar e vadiar".Sinceramente essa opção nunca me pareceu uma má idéia, inclusive soa bem até hoje para os meus ouvidos. No entanto a minha indagação atual é a que ponto chegaríamos se isso fosse possível? Se pudéssemos realmente fazer "nada" estaríamos tão satisfeitos? Pessoalmente acredito que nunca ficaríamos sem fazer nada, pois o próprio ato de não fazer já é de fazer. Se ficássemos sem conflitos em nossas vidas, não haveria ação e reação e conseqüentemente sem os dois não haveria distinção. Tudo seria uma única unidade, tudo seria fato neutro. Percebe-se que para poder sentir o azedo é necessário conhecer o doce e portanto "O que seriam os momentos felizes sem os tristes (e vice-versa)" como alguém provavelmente já falou para você. De fato é uma frase simples e muitas vezes repetida, mas que se pensada pode estruturar a noção de inúmeras questões presentes hoje em dia. Você nunca desejaria fazer nada senão tivesse o que fazer e provavelmente se estivesse sem fazer nada não saberia determinar se aquilo é bom ou ruim.

Concluo, por hora, que não há solução para nos desvencilhar da ação e da reação. Eles estão sempre presentes e se algum dia o conseguiremos (essa indagação fica para outro momento) também não sabemos. Procuro fazer uso do que já é existente, afinal se o conflito está sempre presente devo usá-lo para minha vantagem. Provavelmente dai se formou a premissa de qualquer história. Ao retratarem a vida e serem um espelho da sociedade, as estórias usam conflitos para se estruturarem e darem início à criação. O conflito propõe renovação e criação. Essa é minha proposta através da escrita: a adversidade de idéias em forma de simples pensamentos questionadores que mais tarde evoluirão em prosas elaboradas com personagens que vivenciarão confrontos na pele e na mente. O processo criativo (se assim posso chamá-lo) começa através dessas reflexões digitadas e termina nas mãos sangrentas de uma mulher que acaba de ser atropelada. Acredito ser uma forma de tornar útil a tortura do "duelo cotidiano" ao transformá-la em produto criativo, mas também acredito ser apenas umas das reações. A reação dentro do duelo, o conflito dentro do confronto, um clico vicioso, uma metalinguagem sem fim; o litígio nunca acaba e está sempre presente, o que você faria?


"Que esse espaço seja a arena de muitas idéias prontas para gerar novas."

18 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro comentário de muitos :)

Arthur gostei bastante do texto, espero que essa sua proposta siga adiante e que alcance seus objetivos.
Boa sorte amigo e está de parabéns!

Anônimo disse...

bacana kra!!!
jah t disse q vc ainda vai ser um gde escritor, redator ou sl o q neh/!? soh falta acreditarem mais em vc!!hehee
pow mts pessoas pensam isso..mas vc eh uma das poucas q escrevem oq pensa..e admiro isso em vc amigo pq eu msm num faço isso!
gde abraço

Isabella Goulart disse...

ArtHur, vc realmente tirou proveito do conflito! Adorei o texto e acho que esse blog tem futuro, hein...

Bjobjo

Arthur Protasio disse...

Maravilha Gustavo! Obrigado pela discordância e concretização de um conflito ^^.
O que pode se tornar um debate entre nós vai dar margem para novas idéias e pontos de vista cada vez mais bem fundamentos (se argumentados logicamente) sendo eles semelhantes ou não. Quanto a resoluções de conflitos não serem opções, realmente faz sentido, afinal o que é uma opção sem a escolha pela mesma. Dessa forma a escolha é o resultado de uma opção selecionada, não poderia haver um sem o outro então (escolha sem opção) então prefiro dizer que ambos fazem parte do processo de resolução. Quanto ao conflito mental, acho que o simples fato de haver uma adversidade entre um lado e outro já concretiza essa noção de confronto. Não entenda que para haver um conflito psicológico é necessário existirem opções ou faces explicitamente opostas. É dificil medir o âmbito mental, as vezes sinto que uma dúvida pessoal pode me atormentar mais que um debate acalorado.
Não sei se respondi todos os pontos, mas agradeço pelo comentário. Viva o debate acalorado (e saudável) ^^
abraço

Anônimo disse...

eh... gostei do texto, vou ateh a passar a entrar mais aki ehehehehehe mt legal a idéia arthur, espero q vc continue
abraçao



obs: MUDE O FUNDO PRA BRACO E A LETRA PRA PRETA!!! huauahuahuahuahuaahuahuahu

Anônimo disse...

artchoo-tchoo-sama, faça um mba em comunicaçao, ou em filosofia. tens futuro.
=**

Anônimo disse...

Mto bom o txto do blog. Vc tem talento pra ser escritor. To esperando os próximos txts.
Falow

Anônimo disse...

q filósofoooooo...uhauhahuahuahu...adorei o texto...vo visitar de vez em qd esse espaço, pode deixar...bjaoooooo

Anônimo disse...

Em relação ao conflito mental q vc falou agora na minha opiniao em minha mente não há um confronto ao escolher uma opção entre diversas e sim um acordo. Só porque elas são opostas umas as outras nao quer dizer q na minha escolha elas vão se colidir mas vão se entrelaçar um final feliz.

qq eu to falando? to fazendo engenharia...ignora..heuheuhu

Arthur Protasio disse...

Ignora nada =p
Eu acho que o conflito, como eu disse antes, existe sempre que há adversidade. No entanto isso não te impede de fazer "acordos", "escolhas únicas" ou o que quer que te agrade, como eu me referi à opção de comer pão com requeijão E ovo. Nada te impede de astutamente criar uma solução feliz e entralaçar suas opções em uma grande escolha, mas só o fato de pensar em coisas que representam uma adversidade, mesmo que aparente, já se manifesta o conflito.
Grato pela discussão saudável =D

Anônimo disse...

"O litígio nunca acaba e está sempre presente..."
"afinal se o conflito está sempre presente devo usá-lo para minha vantagem"
só copiei e colei pq achei no seu próprio texto a resposta pra sua pergunta.
o problema é saber qual ação nossa vai trazer uma fonte de vantagem. e isso depende de que?
depende da ação? da pessoa? do tempo em que é realizada?
sei lá.
um dia eu descubro.
enqto isso, sigo meus instintos.

;*************

Anônimo disse...

Adorei o texto Arthur!
realmente fikou muito bom..
vc consegue explicar direitinho toda a teoria que gira em torno dos nossos "conflitos" e das decisões que temos que tomar independente do fato de desejar ou naum o fazer..

bjsssss

Anônimo disse...

Parabéns Arthur!
Um texto mto bem escrito, com uma proposta reflexiva mto empolgante, bastante coeso, nos proporcionando uma leitura bem agradável. Gostei bastante mesmo! Isso nos leva a repensar o cotidiano e a buscar explicações que fogem à rotina de pensamentos diários.
Pode contar com o meu apoio para sua carreira literária. Vc tem talento!
Valew!!!

Anônimo disse...

Depois de algum tempo decidi ler os teus textos. Claro que após uma leve insistência sua (brincadeira).

Adentrando na análise do teu texto, percebe-se uma semelhança, univitelina, com as teorias filosóficas sobre livre arbítrio. Aconselho a dar uma lida nos autores que tratam sobre o assunto. Perdoe-me, antecipadamente, por não me recordar deles.

Sem sobra de dúvida, essa discussão do conflito existencial (ao meu ver, é claro) é intrínseca ao ser humano. Concordo contigo no que tange a matéria da dúvida (conflito) gerar esse sentimento de livre arbítrio. Concordo, também, com a Lei de Isaac Newton – ação e reação- como uma engrenagem para as ações desencadeadoras do poder decisório. Afinal, não teríamos a mordaz dúvida de agir, frente às ações impostas, sem que houvesse um catalisador eficiente para tal demanda. Essa dialética entre o cerceamento do nosso poder de decidir, não terá uma solução tão breve. Atrevo-me a dizer que não haverá em nossa geração, ou talvez, nunca. Dizem os estudiosos, que nos limitamos apenas a duas escolhas, um caminho estreito, porém mascarado por nosso inconsciente e frágil lado racional.

Peguemos um exemplo básico:

Você chega em uma sorveteria. Nessa sorveteria existem apenas dois sabores de sorvete: chocolate e morango. Qual você escolheria? Chocolate? Morango? Isso pouco importa, pois independente de você ter escolhido um você teria tido experiências que lhe levaram aquela escolha. Seja por uma experiência subjetiva, seja por influência de um terceiro. Sendo assim, nossas escolhas estão maculadas por sensações anteriormente presenciadas.

A título de conclusão, elogio o seu texto por comportar uma escrita muito boa, um vocabulário rebuscado e um desentramento de idéias de forma limpa e coesa. Uma visão sua sobre o paradoxo filosófico do livre arbítrio e determinismo.

Parabéns, chefia.

Anônimo disse...

Putz, pelo pouco q li irmão, vc manda MTO bem... é isso aí... e assim nós vamos...

" Cantando a vida, como o cisne a morte "

Anônimo disse...

I love your website. It has a lot of great pictures and is very informative.
»

Anônimo disse...

Aprendi muito

Unknown disse...

Desentupimento Descupinização da Desentupidora Abba pai 24 horas 11 3481-9820 todos os dias da semana inclusive feriados