quinta-feira, 24 de maio de 2007

A Raiz

Era uma vez

Uma terra perfeita

Mas criaram Pandora

E a paz...desfeita.


Tinha ela um pouco de cada deus

Até então nunca levado uma surra

No entanto o dia veio...

E Pandora foi burra.


Viu uma misteriosa caixa

E curiosamente a abriu

Inocentemente libertando os males

E cada um fugiu.


Todos saíram rindo e gritando

A mentira, a doença, a inveja e a velhice

Sarcasticamente caçoando:

A estúpida garota

Agora chorando


Sem solução

Os anos passando

E Pandora sem esperança,

O seu fim aguardando.


Dias últimos de sonhos belos

Como uma flor.

Dias últimos de lamentos

Repletos de dor.


Pandora faleceu

Mas as guerras continuaram.

A doença e a velhice também

As causas eram inúmeras

E o humano agora era refém


O tempo não parou

E alguns até lutaram

Enquanto outros esqueceram,

Mas nunca uma solução

Acharam


Certo dia,

O erro de sua ancestral

Decidiram reparar.

Então os descendentes de Pandora

A caixa foram procurar.


Havia uma lenda

De possível salvação

Que dentro da caixa

Estaria a solução.



Ao longo do caminho,

Foram os descendentes coletando

Um por um,

Os males capturando.


Os sacos com as presas,

Cada vez maiores

E todas as desgraças, aos poucos,

Se sentindo menores.


Mas eles,

Os males,

Não se deram por vencidos

E foi assim que iniciaram

Os seus gemidos.


Aos poucos, durante a viagem,

Semearam a discórdia

E os descendentes então indagaram:

“De quem será a glória?”


“Não há glória,

Meu caro irmão.

Acabar com essa desgraça, será a nossa recompensa,

A nossa satisfação!”


“Eu quero minha parte!

Eu tenho meu direitos!”

E os companheiros de sangue

Passaram a disputar feitos


Estabelecidos os limites para eliminação do mau

Políticas burocráticas

Regras hipócritas

Não houve uma que auxiliasse em atingir o objetivo final


As discussões continuaram

As brigas pioraram

Alguns morreram

Muitos voltaram


De muitos bem intencionados

O grupo foi reduzido a poucos

Três sobraram

Estes já roucos.


Olhavam para trás

Com tristeza reparavam

A cada cidade formada

Os males suas forças renovavam


Finalmente encontraram

A velha caixa

E quase não acreditaram

Era o fim da marcha


Colocaram os sacos com as desgraças,

Em sua prisão,

E quando se deram conta

Perceberam a ilusão


“Onde está a esperança?

Não devia estar aqui?”

“Não pode ser irmão!

Será que deixou de existir?”


Depois de conversar

E concluir a grito

Descobriram que a esperança nunca existiu

Era um mito


Anos e mais décadas passaram

Nem a fome, nem a mentira ou as guerras terminaram

“Nós, homens, é que somos maus!

Prendemos os males há anos atrás

Mas onde está o fim do caos?”


Em pacto com o que de pior poderia existir

Foi determinado pelos irmãos,

Que os males a humanidade deveria destruir


Não foi difícil

Foi inclusive breve

O mundo caminhava para seu ultimato

Como para os dentes de uma raposa, a lebre


Em tempo, todo humano foi eliminado

Restaram apenas os irmãos, agora gratos.

Se entregaram então,

Como combinado.


Depois a terra retomou a beleza que originalmente tivera

Deu início a uma nova, a melhor era.

As desgraças não quiseram essa perfeição importunar

Partiram então, para outros porcos imundos, achar.


Ficou registrado na natureza

O sacrifício de milhões

Seres que deram suas vidas

Em favor de valores mais sublimes

Seres que finalmente proporcionaram a existência

De um mundo sem crimes

2 comentários:

Urania disse...

Então... Questiono. Será que Pandora é mesmo tão maldita assim? Adoro o fato de ela ter sido corajosa o suficiente para abrir a caixa, ao invés de simplesmente acatar o que era esperado que ela fizesse, entende? Por que diabos também deixaram uma caixa tão importante nas mãos de uma jovem? Ela é só bode expiatório, mano... Como muitas de nós. beijos

Anônimo disse...

eu vou desistir de escrever! olha só vc...
mto bom!
bravo!

=*